No Metro de Lisboa
existem uns pórticos para controlo de entradas e saídas. De um modo
geral, apenas quem possuir o título de transporte válido está
legalmente autorizado a viajar neste meio de transporte colectivo. A
empresa é uma Entidade pública empresarial e tem fim lucrativo.
A cidade de Lisboa tem
vindo a ser desenhada e projectada nos últimos 50 anos para que
apenas os que possuam acesso a transporte próprio possam
movimentar-se rapidamente. Também os que que possam dispender da
quantia necessária para pagar um Táxi estão contemplados por este
suposto direito consagrado na conspurcada Constituição Europeia.
Os novos estilos de vida
da modernidade tardia aliados ao egoísmo assim o ditam. Ao contrário
de outras cidades europeias, os transportes na área metropolitana de
Lisboa são escassos e mal articulados. Existem centenas de títulos
diferentes para a utilização dos transportes colectivos de
passageiros outrora públicos. Os horários são desadequados às
reais necessidades da população. As condições de higiene são
muitas vezes precárias e insalubres.
Nos pórticos do Metro de
Lisboa, na Estação Colégio Militar/Luz (Centro Comercial Colombo),
no passado mês de Dezembro de 2014 estava um rapaz jovem no meio de
uma operação de fiscalização. Saltou um pórtico de controlo. Não
possuía título de transporte válido. A sua reacção foi fugir.
Foi agredido por um Fiscal do Metro de Lisboa a pontapé. Rapidamente
outro fiscal juntou-se para o agarrar. Passados uns momentos
juntaram-se dois agentes da Polícia de Segurança Pública.
Ordenaram que se encostasse a um painel publicitário "MUPI".
O rapaz tinha
indumentária com aspecto delinquente, marginal. Era um “freak”.
Manifesta falta de higiene e provavelmente não via no trabalho um
meio de sustento. A situação era picaresca.
Não devemos tolerar a
violência. Muitas pessoas pararam a observar o espectáculo.
Suspeita-se que os fiscais do Metro de Lisboa já conheciam o jovem
“freak” como transgressor. Talvez até os polícias. Mas aquela
ocorrência terá sido eventualmente de carácter exemplar. Uma
demonstração de autoridade.
Assim de repente, faz
lembrar a cena da “PIDE” no filme Estado Novo de António de
Oliveira Salazar.